Se me perguntassem que voz adentrou a minha alma, diria que foi uma sonata orquestrada em forma de vida, vibrante, atrativa e gratuita. Uma voz silenciosa que me tomou por completo e convocou-me na tomada de uma decisão. Uma decisão como um convite gentil, para viver o AMOR. Nessa proposta genuína e tão primitiva, ainda se indaga: Como viver o chamado, que invade o ser na pluralidade de dons divinos e na criatividade humana nos tempos “Pós”-modernos? É mister ter atenção muito sábia e com feitos diferenciados.
Em que caminho ou por qual via iremos? Na realidade de tantas propostas, nos desviamos das vias principais e caímos nas vias marginais – se houvesse uma justa e sentida pre-ocupação com quem está à margem, seria diferente a nossa proposição; propondo-nos a amar e nos compadecer com a antiga e destarte, não tão atualizada por quem a recebe de forma incriativa, recusando-se a participar da festa das primícias da proposta de Jesus de Nazaré: “amai desmedidamente o vosso irmão, seja quem for, os pequeninos e terás o amor”, acolhendo o próprio Jesus.
Vocação é como quem acolhe a vida como uma dádiva preciosa, ou como uma pérola rara. A junção das duas mãos em forma de cone é a medida do coração. As mãos divinas que nos acolhem e nos guardam no pulsar do coração do amor.
Como é delicioso estar no ventre materno, na silenciosa navegação do líquido amniótico. O profeta Jeremias, sabiamente, havia dito: “Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci...”(Jr1,5). Vocação tende a ser e a estar com o outro, como se estivéssemos no ventre materno, na comunhão cotidiana da vida. Posto que Vocação é um chamado de Deus para viver o amor... Fora isto, é chama silente que passa.
Salvador, 03 de agosto de 2008.
Frei Erivan Araújo de Souza, OFMCap
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário